Grandes forças geradas durante o salto são quase que exclusivamente aplicadas em estruturas ósteo-articulares, exigindo cuidados quanto à prescrição de exercícios e da manipulação de cargas externas durante o treinamento pliométrico. A aterrissagem realizada com as articulações fixas pode exigir uma força de seis a oito vezes o peso corporal.
A Teoria do Deslizamento dos Filamentos Proteicos, representa Ligação entre a actina e as pontes cruzadas da miosina, após um impulso do nervo motor atingir a fibra muscular. O contato entre miosina e actina, resulta em liberação de energia, gerando a ponte cruzada entre ambas, puxando a actina para o filamento de miosina, promovendo o encurtamento muscular e consequentemente força. Ao término do estímulo, os filamentos se separam e o músculo retorna ao seu comprimento inicial (relaxamento).
Resumidamente, este mecanismo ocorre, quando um Potencial de Ação dirige-se ao longo do nervo motor até suas terminações nervosas, nas fibras musculares. Nestas terminações o nervo secreta acetilcolina (neurotransmissor), estimulando a liberação de sódio para o interior da fibra muscular, desencadeando um potencial de ação, no qual promove a despolarização da membrana muscular. Esta sequência, induz o retículo sarcoplasmático a liberar cálcio, onde os íons cálcio geram forças atrativas entre os filamentos de actina e miosina, constituindo o processo de contração.
Considerando que o comprimento de repouso é o ideal para a contração muscular, pois todas as pontes cruzadas podem conectar-se com os filamentos de actina, gerando o máximo de tensão, a força diminui quando o comprimento da fibra muscular é menor (músculo parcialmente contraído), antes da contração. Nesta situação os filamentos de actina e miosina já se encontram parcialmente sobrepostos, havendo menos pontes cruzadas livres para conectarem-se, ou seja, menos tensão e força possível. O músculo muito distendido também reduz sua capacidade de produzir força. Os filamentos de actina estão tão distantes das pontes cruzadas de miosina, que não são capazes de se ligarem e encurtar o músculo.
Estas considerações são fundamentais para entendermos e escolheremos os tipos de saltos e como utilizaremos o CAE (Stretch-Shortening Cycle) durante o treinamento Pliométrico.
Exercícios pliométricos, como ações excêntricas de alta velocidade e intensidade, podem auxiliar no recrutamento inicial de fibras tipo II. Envolvem uma rápida aceleração e não requerem desaceleração ao final do movimento. Ações motoras como sprints de velocidade e mudanças de direções, também possuem características com potencial de transferência neuromuscular.
Um bom trabalho pliométrico propõe que o atleta reduza o tempo gasto no chão (contato), reduzindo a fase de amortização (absorção) com resposta agressiva de saída do solo.
Por Rafael Kretz – Diretor Técnico Treinamento Físico Aktion paz
Fisioterapeuta e Educador físico. Pós-graduado em Fisioterapia Traumato Ortopédica Funcional e Esportiva. MBA em Administração e Marketing Esportivo. Strongfirst Kettlebell Course, Strongfirst Barbell Course, FMS level 1, FMS level 2, Pilates, Five Konzept, Trx Suspension Training, Certificated Funcional Keiser, Certificated Bandagem Dynamic Tape.